FEAES descumpre acordo com CAPS III Portão e unidade segue superlotada

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Além do número elevado de usuários, unidade sofre com infraestrutura precária. Vidros quebrados, falta de materiais e até de água mineral prejudicam o atendimento prestado à população em sofrimento mental

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Foto: Vinicius Torresan / Sindypsi PR

Trabalhadoras/es do Centro de Atenção Psicossocial III Portão TM, de Curitiba, sofrem com a falta de estrutura e com promessas não cumpridas pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde (FEAES). Entre as queixas, estão a superlotação e precariedade das instalações do centro. A gestão da FEAES aceitou iniciar a transição de usuários do CAPS Portão para outras unidades em março de 2016, mas a promessa não saiu do papel.

O CAPS Portão atende, atualmente, usuários de quatro distritos: Portão, Pinheirinho, Tatuquara e 50% da demanda da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A proposta aprovada previa a transferência dos usuários da CIC para o CAPS II Bigorrilho, que já atende os outros 50% da demanda do bairro. O CAPS Portão atende ainda 10 equipes do Núcleo de Apoio a Saúde da Família, 32 Unidades de Saúde, duas Residências Terapêuticas e 380 usuários inseridos. De acordo com as trabalhadoras e os trabalhadores, a quantidade e diversidade dos usuários dificulta a articulação dos profissionais e o acompanhamento das demandas.

Em documento entregue à FEAES no mês de março, as/os trabalhadoras/es fazem um alerta em relação à sobrecarga do trabalho. “Infelizmente, episódios de desestabilização emocional, enxaqueca, dores de estômago, alteração no ciclo sono – vigília, frustração e cansaço constante são sintomas frequentes nos trabalhadores deste serviço”, registra a carta.

Precarização da infraestrutura

A lista dos itens da estrutura que estão comprometidos é longa. São 7 vidros, cinco trincos e dois boxes quebrados. Além disso, faltam talheres, papel higiênico, papel toalha, copos, água mineral e produtos de limpeza. O trabalho da equipe fica prejudicado com a quantidade insuficiente de materiais para o uso cotidiano, como caneta, lápis, clips e caneta para lousa, custos que muitas vezes saem do bolso dos próprios trabalhadores. Além disso, o CAPS não possui internet e sala de avaliação clínica.

Os trabalhadores aguardam esclarecimentos sobre os atrasos nos cumprimentos dos acordos e esperam que, em breve, possam trabalhar com melhor estrutura e mais dignidade.

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